20 de abril de 2008

"Um Estudo Sobre a Divindade de Jesus Cristo - Jesus é Deus"

 Autor: Dr. C. Matthew McMahon

Se existe uma doutrina de grande importância no cristianismo, essa é a doutrina da natureza de Cristo - Sua divindade e humanidade.

É somente nesta axiomática doutrina que está edificada a fé cristã. As Escrituras cristãs, compostas por 66 livros do Velho e Novo Testamentos, enfatizam a necessidade de um Redentor para os homens que estão em pecado. Todos eles estão mortos, perdidos e sob a ira de Deus, à espera do julgamento final pelos seus pecados, a não ser que o Salvador os resgate. Esse Salvador não é apenas um bom mestre, um homem sábio, como alguns supõem. O Redentor da Bíblia cristã é o próprio Deus, que toma na carne a forma humana e morre pelos pecados do Seu povo. Ele é o único homem-Deus, uma Pessoa com duas naturezas não misturadas, mas unidas. Não existe religião alguma com a Divindade de um Redentor e a complexidade das duas naturezas do Messias. Sim, existiram muitas religiões de mistério na antiguidade, as quais, de um modo ou de outro, enfatizaram uma divindade ou um semideus, vindo para salvar os homens, ou ajudá-los de várias maneiras. Porém nenhuma delas enfatizou a divindade suprema de um Deus Todo-Poderoso, o qual tomou a forma humana, para salvar do horror de Sua própria ira alguns que estavam mortos em ofensas e pecados. Neste ponto, Jesus Cristo permanece exclusivo. Maomé, Krishna, Buda e outras figuras religiosas jamais fizeram as afirmações que Cristo fez. Eles jamais afirmaram ser Deus. Jesus Cristo foi o único homem que afirmou ser Deus e manteve essa afirmação, sempre e sempre. Neste estudo veremos que os escritores bíblicos afirmaram constantemente que o seu Salvador era Deus em carne. Maomé, Krishna, Buda e outras figuras religiosas, mantiveram todos a afirmação de serem mais iluminados do que os outros, ou divinamente tocados, mas nunca que eram Deus. Como poderiam fazê-lo? Como poderiam eles comprovar suas afirmações? Porventura eles podiam ressuscitar os mortos? Podiam transformar água em vinho? Podiam andar sobre o mar? Não! Somente Jesus Cristo e unicamente Cristo, afirmou ser Deus.

O objetivo deste artigo é demonstrar o inegável testemunho bíblico ao fato histórico de que Jesus Cristo, o único Redentor dos homens, é Deus. Somente Ele fez essa afirmação e o registro bíblico torna isso constantemente conhecido.

Exemplos da Divindade do Messias no Velho Testamento

Começo usando algumas profecias do Velho Testamento, a fim de provar que o Messias vindouro era Divino. Ele não era especial de alguma maneira abstrata, mas o próprio Deus. O servo sofredor de Isaías 53 não é apenas um homem que morre na cruz. Esta seria uma morte sem significação alguma, pois muitos outros homens já haviam morrido crucificados, muito antes de Jesus Cristo vir à Terra. Em vez disso, as profecias do Velho Testamento confirmam enfaticamente e provam a divindade do Messias como Deus.

Primeiro, numa nota preliminar, é importante salientar que o finito não pode conter o infinito. Seres humanos não compartilham dos atributos incomunicáveis de Deus, em hipótese alguma. Seres humanos não podem ser infinitos, eternos, imutáveis, etc. Eles são criaturas limitadas e não podem se tornar Deus, nem tomar os Seus atributos. Com o Messias, isso também é verdade. Contudo, Deus pode adicionar-se à natureza humana, sem misturar Sua divindade com a humanidade. Essa ligação é feita sem a mistura das duas naturezas. A natureza humana continua a ser humana e a natureza divina, sempre divina, embora numa só pessoa. O Filho de Deus possui duas naturezas. É uma Pessoa com duas naturezas. A completa união desta natureza é um mistério, mas essencial e necessário, conforme a Bíblia ensina. As Escrituras atestam este fato numa variedade de exemplos. Menciono aqui que Deus não pode compartilhar Sua divindade na natureza da humanidade do homem. Isto é importante, quando se consideram os versos referentes ao unigênito Filho do Pai e provas idênticas. Deus não pode criar outro Deus, nem um homem pode se tornar Deus. Dizer isso é deixar de pensar, penetrando no reino da fantasia. Não estamos falando de Zeus ou Hermes, figuras fantásticas criadas, os quais são homens com extraordinários poderes (como os nossos super-heróis de hoje). Em vez disso, estamos falando de um ser. Deus não pode compartilhar o Seu Ser com criatura alguma. Ele só pode compartilhar o Seu Ser dentro de Si mesmo. Veremos, então, que Jesus Cristo é Deus e que o Filho de Deus é o segundo membro na economia Divina, embora tendo uma natureza humana. O Filho é da mesma substância do Pai e do Espírito, igual e totalmente Deus. Contudo, o Filho tomou a natureza humana, como o homem Jesus Cristo. Aqui, Jesus continua dizendo que é Deus, Aquele que é o único e todo-poderoso. A Bíblia comprova que isto é verdade? Sim, ela o faz e de forma poderosa.

No Velho Testamento existe uma porção de Escrituras que testificam que o Messias judeu que haveria de vir é Deus. Para os israelitas, o Messias profetizado seria o próprio Deus. Temos aqui algumas das mais memoráveis Escrituras que foram registradas. A primeira é Salmo 2:6-12, no qual acontece um diálogo entre Deus e o Seu Filho unigênito:

"Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião. Proclamarei o decreto: o SENHOR me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao SENHOR com temor, e alegrai-vos com tremor. Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam."

Vemos aqui que o Senhor gera o Seu Filho. Esta é a eterna geração do Filho pelo Pai. Então, o Filho deve ser adorado, pois "beijar" significa "dobrar os joelhos diante". Se o Filho não for adorado, Ele ficará zangado e levará os homens a perecer em seus caminhos. O Filho fica irado, e o único meio de escapar é NELE confiar para o livramento. Como poderiam o Filho e o Senhor ter essas qualidades? A resposta é que o Senhor é o Filho, e o Filho é o Senhor, pois nenhum mero homem seria profetizado dessa maneira. Somente Deus pode acender Sua ira por causa da falta de adoração ao Seu Divino Ser.

O Salmo 110:1 também atesta o diálogo entre Deus e Deus. Davi escreve: "Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés." Jesus usa isso lindamente contra os fariseus, quando indaga como poderia o Messias ser o Senhor de Davi e o seu filho ao mesmo tempo? A palavra aqui deve ser observada. A tradução literal diz: "Yahweh disse ao meu Adonai." O termo "Yahweh" corresponde ao nome de Deus, literalmente declarando "Eu Sou". Sempre que a designação Yahweh é usada na Bíblia em todo o Velho Testamento, ela se refere ao "Grande Eu Sou". O título "Adonai" é usado para designar a suprema posição de Deus como "Senhor". Então, Yahweh está falando para Adonai. Vemos aqui Deus falando para Deus. O escritor de Hebreus usa este Salmo diversas vezes para designar o ofício do Messias como o Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque. Esta promessa, ou pacto, feito por Deus para Deus como o Messias é terrivelmente destrutiva para os que não crêem na Trindade. Aqui, o Messias é, pelo pacto, destinado à função Messiânica, como o Sumo Sacerdote de uma melhor aliança. Aqui, Deus fala com Deus. Vemos o eterno conselho em ação; filho de Davi e, contudo, o Senhor de Davi.

Daniel 7:13 é também um verso muito importante, e um dos meus favoritos. Nesse verso encontramos o título "Filho do Homem", não como um título de humanidade, mas de deidade: "Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele." Duas figuras são apresentadas nesta visão, uma do Ancião de Dias e uma do Filho do Homem, que vinha nas nuvens do céu, ou a glória shekiná do céu. Quem quer que seja o Filho do Homem, Ele é Divino. De fato, Ele é tão brilhante em Sua glória, que brilha em Si mesmo como as nuvens do céu. Compactas nuvens de glória de brilho divino ilustram ante o Ancião de Dias, quando o Filho do Homem entra na Corte Divina e os livros do julgamento são abertos. Como veremos, a designação favorita de Jesus a Si Mesmo é este título: Filho do Homem. Ele certamente sabe que é o divino Filho do Homem, que compartilha a glória de Deus. De fato, Ele resplandece com o brilho da glória de Deus.

Em Miquéias 5:2 encontramos a profecia do local de nascimento do Messias. Mas ela não apenas marca o local do nascimento da humanidade de Cristo, como também marca a dupla natureza de que Aquele que vai nascer é eterno: "E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." Os dias do Messias são de 'eternidade'. Ao Messias são atribuídos incomunicáveis atributos divinos - como a eternidade ou a natureza do que é eterno. Somente Deus é eterno e, contudo, vemos que o Messias é considerado Eterno.

Zacarias 13:7 também designa o Messias com o título divino de Deus Todo-Poderoso. Quando Cristo estava no jardim com Seus discípulos e foi preso, cumpriu-se a profecia de que o pastor seria ferido e as ovelhas se dispersariam: "Ó espada, desperta-te contra o meu pastor, e contra o homem que é o meu companheiro, diz o SENHOR dos Exércitos. Fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas; mas volverei a minha mão sobre os pequenos." A chave aqui é "volverei a minha mão sobre os pequenos". O Senhor está falando de Si mesmo. Ele é o pastor que vai estender Sua mão sobre os pequenos [irmãos judeus] e os juntará para trazê-los de volta. Ele é o Messias e também o Senhor.

Uma das profecias mais específicas referindo-se ao Messias é Isaías 9:6. Vamos ler o bem conhecido verso da natividade, referindo-se ao advento do Messias como um menino nascido e, em seguida, a designação que Lhe é dada: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." Aqui, o Messias é chamado de Maravilhoso! Por quê? Uma resposta pode ser encontrada em Juízes 13, onde encontramos a narrativa do nascimento de Sansão. Os pais de sansão, Manoá e sua mulher, encontram-se com o Anjo do Senhor. Após longa conversa sobre o nascimento de Sansão, Manoá pergunta o nome do anjo. A resposta se encontra em Juízes 13:18: "E o anjo do SENHOR lhe disse: Por que perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso?" O nome do anjo é Maravilhoso! Em geral, os anjos têm nomes como Gabriel ou Miguel. Contudo, esse anjo tem um nome maravilhoso demais para mencionar. Após a partida do anjo, Manoá faz uma importante declaração, conforme Juízes 13:22: "E disse Manoá à sua mulher: Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus." O anjo do Senhor, cujo nome é Maravilhoso, é Deus. Isso nos esclarece, quando consideramos Isaías 9:6. O Messias é Deus e o Seu Nome é Maravilhoso. Contudo, a profecia de Isaías não pára aqui. O Messias não apenas é chamado Maravilhoso, como Deus, mas também é chamado Deus Poderoso. Se essa designação não for bastante explícita, a profecia também O chama de Pai da Eternidade. O Messias não é apenas o Redentor terreno, mas o Deus Poderoso, Pai da Eternidade. Pai da Eternidade é a designação que Cristo dá a Deus, nos evangelhos. O Messias é chamado Deus nesse verso profético de Isaías, por três vezes: uma vez, sutilmente, como Maravilhoso. Uma vez, explicitamente, como Deus Poderoso e uma vez como o Pai da Eternidade. Portanto, o Messias é Deus!

Junto com Isaías 9:6, como uma amada profecia referente ao advento, vem a profecia do Emanuel, de Isaías 7:14: "Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel." Mateus interpreta o nome Emanuel corretamente, em Mateus 1:23, como sendo 'Deus conosco'. A profecia referente à narrativa do nascimento de Cristo, conforme designada e interpretada por Mateus, um meticuloso contabilista e coletor de impostos, diz que Cristo é Deus. Sim, o Cristo nascido de uma virgem é Deus!

Outra profecia referente a Cristo é Jeremias 23:5-6: "Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA. O descendente levantado a Davi será um Renovo justo. O Messias virá da linhagem de Davi e será exaltado como Deus. Ele também será chamado "O Senhor, Justiça Nossa." Essa designação é dada exclusiva e literalmente a Deus, como "Yahweh Tsidkenu". O Messias não somente é exaltado como Deus, mas também é chamado "O Senhor Justiça Nossa". O Messias é Yahweh. O Messias é Deus!

A última profecia que gostaríamos de examinar rapidamente é Malaquias 3:1: "EIS que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos." Vemos aqui que o Messias é identificado como "O Senhor", o qual virá ao Seu templo. Ele é o Mensageiro da Aliança e o Servo eleito em quem Deus se compraz. Mas Ele é o próprio Deus. Marcos 1:2 confirma esse verso de Malaquias, quando atesta a vinda de João Batista: "Como está escrito nos profetas: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti." O mensageiro vem e, em seguida, vem o Senhor. Lucas também diz isso, em Lucas 1:76: "E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos." Lucas registra que João Batista será o profeta que preparará o caminho do Altíssimo, o Senhor que virá ao Seu templo. O Messias é o Altíssimo Deus.

Estas profecias são apenas uma seção de cruzamento entre aqueles que falam do Messias como sendo divino. Mas cada um deles credita o Messias como Deus. O Messias, ou o Cristo, que virá é o Senhor Deus do céu e da terra. As projeções das Escrituras do Velho Testamento respaldam este assunto. Isso é inegável, visto como o Novo Testamento confirma as projeções do Velho Testamento como o fato histórico na vida de Jesus Cristo.

Passagens Selecionadas do Novo Testamento Que Provam Que Jesus é Divino

O Novo Testamento não deixa qualquer dúvida sobre Cristo ser o Messias ou que o Messias é Deus. Jesus falou isso de Si mesmo e os apóstolos falaram sobre Jesus, mesmo depois que Ele subiu ao céu, e em todas as cartas do Novo Testamento dirigidas às igrejas. Negar esse fato é reinterpretar a mensagem da Bíblia, desprezando o próprio texto - algo que a maioria das pessoas que odeia a Cristo faz. Examinar o texto e tratar honestamente com o mesmo é ver a divindade de Jesus Cristo como o único verdadeiro Deus.

Vamos começar um breve exame dessas passagens com o texto constantemente explorado de João 1:1-3: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez." O Verbo aqui mencionado é Cristo. João utiliza uma efetiva designação do Logos Eterno, a fim de que sua audiência gentia/romana ficasse convencida de que o Verbo Eterno, o Eterno Logos, era Aquele que desceu do céu. Esta seria, e de fato foi, uma ferramenta efetiva no ensino aos gentios aristotelianos e platônicos sobre o Único Deus Verdadeiro. Vemos aqui que o Verbo Eterno é o próprio Deus. O texto grego não permite uma tradução de "um Deus", mas somente de "Deus". As Testemunhas de Jeová assassinaram o texto grego aqui e também negaram a sua tradução nos versos seguintes. Por exemplo, se o texto diz "um Deus", então essa tradução deveria ser usada no restante do capítulo. A mesma construção usada no verso 1 é também usada mais 13 vezes no capítulo, referindo-se ao próprio Jeová. Ora, se as Testemunhas de Jeová traduzem o verso 1 como "um deus", então deveriam traduzir os demais 13 versos sobre Jeová com sendo Ele "um deus". Contudo elas não o fazem porque isso iria prejudicar a sua falsa ambição teológica. Elas simplesmente negam que Jesus Cristo é Deus, traduzindo horrivelmente o verso 1 e depois traduzindo corretamente o restante da passagem, visto como esta se refere a Jeová. Esta é uma interpretação satânica, a fim de negar a divindade do Verbo. Em vez disso, o Verbo é Deus, vindo de Deus e Criador de todas as coisas. Ele é o eterno Verbo de Deus, o exato Logos do próprio Deus, o qual veio à Terra em forma de homem, a fim de salvar Seu povo.

Depois, na mesma passagem de João 1, encontramos o verso 14 declarando: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." Ora, João não apenas afirma que o Verbo é Deus, mas explica que o Verbo mantém toda a glória do Pai, pois é o unigênito Filho de Deus. O Verbo desceu do céu, habitou entre os homens, e Sua glória, a glória somente de Deus, brilhou entre os homens, por algum tempo. Sabemos disso, visto como esse Verbo eterno era a forma do próprio Deus, conforme Filipenses 2:6-7 explica: "Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens." Paulo está falando de Jesus Cristo. O Messias é Deus, por isso Ele não achou que era usurpação ser igual a Deus. Ser igual a Deus é ser Deus. Pensem sobre os atributos de Deus e na incomunicável natureza dos Seus atributos. Somente Deus pode se igualar a Si mesmo. Mas Deus tomou a forma de homem e foi feito à semelhança de homens, para salvar os homens dos seus pecados.

Paulo não confunde as palavras sobre Deus manifestado em carne de homem, quando diz em 1 Timóteo 3:16: "E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória." Quem foi manifestado em carne? Foi Deus. Não foi um ser semelhante a Deus, mas o próprio Deus. Deus tomou a forma de servo. Adotou em Si mesmo uma nova natureza, que antes não havia adotado: uma natureza humana.

Sabemos que Jesus Cristo é o Salvador dos cristãos. Sabemos, por inúmeras passagens do Novo Testamento, que os apóstolos acreditavam que "Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." (Atos 4:12). Isto é axiomático para os apóstolos - Jesus é o Salvador. É o Seu sacrifício que salva os homens. Em Atos 20:28, vemos o registro de Lucas sobre a obra de Cristo ser atribuída ao próprio Deus: "Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue." Esse "Ele" é o próprio Deus. Ele comprou a igreja com Seu próprio sangue. Deus tem sangue? Sim, Ele tem sangue pela natureza humana de Jesus Cristo. Ele morre e o seu sangue é considerado como o sangue de Deus. Eles são sinônimos. Desse modo, os cristãos são remidos da condenação eterna pelo sangue do próprio Deus. Lucas descreve a obra de Jesus como aquela que é feita por Deus. Isso é verdade porque Jesus é Deus e todos os Seus apóstolos o sabiam. De outro modo, teria sido blasfêmia honrar um simples homem mortal por uma obra que somente Deus poderia fazer.

No Livro de Hebreus vemos o escritor citando muitas passagens do Velho Testamento, comprovando a divindade do Messias como Deus. Em Hebreus 1:8-9, diz o escritor: "Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu Com óleo de alegria mais do que a teus companheiros." Aqui, ele está citando o Salmo 45:7: "Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros." Vemos aqui Deus falando com Deus. O Ungido tem um trono e este é o Trono de Deus. O escritor de Hebreus está provando que Cristo é maior do que Moisés e maior do que os anjos, o que teria sido um choque para os neoplatonistas, contra os quais ele está escrevendo. Os platonistas acreditavam em um supremo, único e perfeito Ser. Esse "Único" tem emanações que fluem do Seu ser perfeito para os serem inferiores, isto é, Moisés, os anjos e até mesmo os mestres como Jesus. Mas o autor de Hebreus prova que o Messias é o Único, o próprio Deus eterno, superior a Moisés e a todos os anjos.

Uma das últimas provas gerais do Novo Testamento para a divindade de Cristo encontra-se em Lucas 22:48, em que Judas trai o Filho do Homem. Lembrem-se que o título "Filho do Homem" é usado 80 vezes por Cristo, somente nos evangelhos. Esta é a Sua autodesignação favorita. "E Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do homem?" Os homens têm-se traído uns aos outros com resultados catastróficos... Mas neste caso, Judas, um homem, trai o Filho do Homem. Nessa colocação histórica, o maligno e rebelde servo do pecado trai o próprio Deus. Judas cuspiu na face Daquele que Daniel descreve como vindo sobre as nuvens do próprio céu. Isso leva a traição de Judas ao infinito grau de malignidade! Teria sido melhor para Judas que ele não tivesse nascido, para depois trair o Filho do Homem com um beijo. Ironicamente, o salmista havia dito que devemos beijar o Filho para que Ele não se zangue e pereçamos no caminho. Judas beijou o Filho de um modo perverso e por isso está no inferno, pagando esse pecado, agora e por toda a eternidade.

(Continua em Um Estudo Sobre a Divindade de Jesus Cristo - Jesus é Deus (a))

Um comentário:

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Volte sempre e Deus te abençoe!
Silvia Helena

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